domingo, 22 de maio de 2011

A LIBERTAÇÃO

Ser libertado em vida (jivamutka) - é Aquele que ao realizar a própria identidade com o ABSOLUTO, se dissolve na Beatitude não-dual da pura Consciência do ABSOLUTO, e que para Ele é a Consciência que tudo abarca, não havendo regresso à existência individualizada.
Cada um e todos são iguais para mim. A mesma Consciência (Chit) aparece como o Ser (Sat) e como felicidade (Ananda). Chit em movimento É Ananda e Chit sem movimento é Ser.
A Consciência é um sem igual porque tal é a sua Natureza: a dualidade e a unidade são sempre objecto para a Testemunha. Portanto, é por ignorância que, esquecendo ser  Ele mesmo o ABSOLUTO, se auto-identifica (graças ao simples reflexo dessa Consciência) e emerge como autoconsciência, isto é, como individualidade, ou seja como entidade infinitesimal contraposta à Totalidade e com aparência separada da mesma: por outras  palavras, parece a serpente (Maya-Ignorância). Exemplo: assim, por ignorância uma corda no escuro pode parecer uma serpente, da mesma forma o Atman aparece como Jiva (individualidade), devido à ignorância acerca  da própria natureza do Atman. No entanto, quando se corrige o  erro de afirmar a naturaleza de ilusão da serpente, reconhece-se que se trata de uma corda. Assim, quando digo que não possuo corpo, compreendo que não sou um Jiva, mas sim: ” Eu sou o que Sou”.
No entanto, como uma palavra é suficiente para tornar claro ao caminhante que a serpente é na realidade uma corda, o mesmo sucede com o homem, quando subsistem nele a qualificação e aspiração necessárias, bastando que escute a Instrução necessária para que desperte ao connhecimento íntimo e profundo de ser el Ele mesmo.

Recorda que a linguagem é uma ferramenta mental e só funciona com opostos.
A não-distinção fala em silêncio. As palavras implicam distinções. O inmanisfestado (Nirguna) não tem nome, todos os nomes referem-se ao manifestado (Saguna). De nada serve lutar com as palavras para expressar o que está para lá das mesmas.
Quando aquele que procura, aprende a não ser corpo, a não ter pais, mulher, filhos, bens, nem mestres ou discípulos, quando aprenda a não estar verdadeiramente imerso no curso dos acontecimentos, mas sim ser testemunha dos mesmos, a sua autoconsciência auto-reconhecer-se-á espontaneamente, para lá  de tudo aquilo que é uma relativo-aparência, dissolvendo-se no ABSOLUTO.

Desta forma, a auto-indagação sobre “Eu sou o Absoluto” praticado ininterruptamente destrói os movimentos projectados pela “mente” e gerados pela ignorância, assim como um remédio transforma e  auto-cura as enfermidades.

O Atman é uno, beatitude indivisível, eterno, sempre idêntico a SI mesmo, enquanto que os seus reflexos são fenómenos interactivos.
Grandes filósofos do Vedanta, explicam aos principiantes o princípio da criação do mundo, enquanto que, para os alunos avançados propõe-se o princípio da não-criação.
Não existe, nem dissolução nem criação. Ninguém em escravidão nem niniguém a realizar prácticas espirituais. Não existe desejo algum de libertação, nem ninguém libertado. Esta é a “Verdade Absoluta”.

A doutrina Ajata (Vedanta) diz: “Não existe nada, excepto a realidade única. Não há nascimento nem morte, nem projecção nem retracção, nem buscador, nem escravidão, nem libertação. Somente existe a Unidade Única”.

De onde foste criado? No Atman ou no Ego. O Essencial é igual fora e dentro. A Essência é Deus em manifestação humana e simultaneamente, também é o Atman no coração de todo buscador.
OM TAT SAT

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