segunda-feira, 1 de julho de 2013

A NÃO CRIAÇÃO

Os Vedas (livros sagrados) dizem que a primeira coisa que criada foi o Éter, em outros livros sagrados lemos que foi a energia Vital, o Prana, e ainda em outros, a Água.

Sabemos que cada sábio da antiguidade percebeu distintos aspectos da Verdade em diferentes épocas e que cada um deles ressaltou o seu ponto de vista particular.
Então, surge a seguinte questão: Porque te preocupas com as suas declarações contraditórias?
Lembra que, o objetivo essencial dos Vedas é possibilitar-nos a percepção da natureza do Atman, imperecível e ensinar-nos que isso é o que nós somos.
É importante observar que os ensinamentos dos Vedas, servem como explicações para aqueles que vivem identificados a Maya-Ilusão e sentem a necessidade de voltar à génese das coisas.

Convém recordar que aquilo que percebemos e chamamos mundo, aparece quando existimos identificados com a Mente, quando acordamos a cada dia. É evidente que o mundo é criado pelos pensamentos. Os pensamentos são projecções que criam Maya-Ilusão.
Inicialmente, o pensamento cria a identificação chamada “eu egóico” e depois o mundo que pensa que o rodeia. O mundo cria o  “Eu”, o qual por sua vez surge do Atman.
Resolvemos o mistério da criação do mundo quando resolvemos o mistério da criação do “Eu” Por isso, o que verdadeiramente nos liberta, é descobrir o nosso próprio Atman.

Quem é aquele que pergunta sobre “a existência do mundo”? Aquele que pergunta é quem debv estabelecer a relação entre o mundo e ele mesmo. Devemos saber admitir que o mundo é uma criação da nossa mente (Maya-Ilusão). Um exemplo: a quantidade de informação que chega ao cérebro proveniente dos órgãos dos sentidos é de 11 milhões de bits por segundo, mas a capacidade de informação da nossa consciência não ultrapassa os 45 bits por segundo.
Isto significa que a grande maioria da nossa actividade cerebral é inconsciente. No entanto, o chamado eu consciente pensa que tudo o que sucede está debaixo da iluminação da consciência. Da mesma forma que não se pôde constatar a existência desse eu, em nenhuma parte do cérebro, é muito provável que a liberdade seja também uma ilusão, uma construção cerebral, uma vez que essa liberdade está ligada ao consciente.

Outra investigação a ter em conta sobre o livre albítrio: as experiências realizadas por um neurocientífico californiano, Benjamín Libet, levaram-no a concluir que a impressão subjectiva da liberdade de acção não era a causa desta acção, mas sim a sua consequência. Por outras palavras: concluiu que nas suas experiências se mostrava claramente que o cérebro é posto em movimento, quando o sujeito de experimentação realizava o movimento voluntário de um dedo, nada menos que 500 milissegundos (meio segundo) antes de que o sujeito informasse da sua decisão de mover o dedo e 700 milissegundos antes do movimento. Como resultado: tanto o movimento como a impressão subjectiva dependiam de uma actividade cerebral que é muito anterior no tempo e completamente inconsciente. Estas experiências repetiram-se várias vezes em outros laboratórios produzindo sempre os mesmos resultados.

Estas experiências voltaram a ser confirmadas em Leipzig, mas agora a actividade cerebral nos lóbulos frontais elevou-se para 10 segundos antes de que o movimento tivera lugar.

Marvin Minsky, um dos pioneiros da inteligência artificial opina: “Nenhum de nós pensa que o que fazemos depende de processos que não conhecemos. Preferimos atribuir as nossas escolhas à vontade, volição ou autocontrolo… Quem sabe, seria mais honesto dizer: a minha decisão esteve determinada por forças internas que não compreendo”.

Então, surge a seguinte pergunta: Que realidade é a que percebemos? E que apego limitador temos criado, ao qual chamamos mundo-real.

Toda a hipótese sobre a criação do mundo é puramente mental ou intelectual e nada mais.
Hoje sei que no estado de união consciente con “Aquilo que sempre É”, não existe criação.

Observamos e apegamo-nos ao chamado mundo real porque não somos conscientes de Atman. Quando se é consciente em Atman, não se vive apegado àquilo que percebemos como mundo-real. Portanto “Aqui e Agora” vive em Coerência Fractal Holográfica e sê consciente de que não tem havido nenhuma criação.

OM TAT SAT

RAMALA SHIVA

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