domingo, 6 de janeiro de 2013

Gñana = “Consciência no Ser"


Ser consciente do Ser, manifesta ausência de apego, pureza, amor incondicional. Gñana é Tudo.

Convém saber que “Aquilo que Somos” eternamente é Consciência, que é teu outro nome. Saber que somos sempre Consciência, possibilita a compreensão interior de que não é necessário alcançá-la nem cultivá-la. A única coisa a perceber é deixar de se identificar e viver apegado à coisas, ou seja,  “aquilo que não és” (Maya-Ilusão).

Quando nos livramos do apego em “Maya-Ignorância”, então percebemos a quietude da “Mente=pensamentos”, possibilitando sentir no interior do coração a Consciência Pura (sem forma-sem tempo), e isso é que é o Atman.

Se o Atman é consciente por si mesmo, porque é que não sou consciente dele nem sequer agora?

Ernest Rutherford, descobriu que o átomo é na sua maioria vazio. A grande pergunta, então, é: como é que os átomos vazios podem formar o mundo sólido que nos rodeia? A chamada realidade dual não existe. Os teus conceitos e apegos actuais são fruto do ego e sabemos muito bem que toda a experiência mental é “Maya-Ignorância”.

Sri Ramana Maharshi ensina-nos que a Consciência não está limitada nos nossos cérebros ou corpos. Em toda a percepção mental (Maya-Relativo), necessita-se um sujeito e um objecto, enquanto que a Consciência do Ser, é Absoluta e não requer objecto nenhum. Na vivência no Dual, quem se pode lembrar de quem? O Atman é  “Eternamente Presente”.

Agora a personalidade faz uma identificação incorrecta do Atman com o corpo, os sentidos, etc. Eliminá-los, e isso é Neti no hinduísmo, em particular no gñana yoga (o Yoga do conhecimento) e no ADVAITA VEDANTA, neti neti é um conceito que significa ‘não isto, não aquilo’, o ‘nem isto, nem aquilo’ (neti é a forma sandhi de na-iti: ‘não é tal’). Mas, isso só se pode fazer agarrando-se àquilo que não se pode eliminar. Isso é Iti, (Aquilo que sempre É).

Nesse sentido, neti neti não é uma negação. Pelo contrário, é uma afirmação de que o que quer que seja o Divino, quando se tenta compreendê-lo com palavras humanas, estas sempre ficarão inevitavelmente curtas, pois somos limitados em entendimento, assim como a capacidade para expressar com palavras o transcendente.

Não somos o ego, nem somos nada de nada. Nem isto, nem aquilo.

Os seguidores das escolas do “Sou Brahman” e “neti neti” compartilham da crença de que se pode descobrir o Atman com a mente, seja mediante afirmações ou negações. Esta crença de que a mente mediante as suas próprias acções pode alcançar o Atman, constitui a origem da maioria dos erros mais frequentes sobre a prática da Auto-indagação (Vichara).

A auto-indagação, "Atman-Vichara", sobre a nossa Realidade Interna (o que somos realmente), é considerada como a forma mais potente de meditação hinduísta, na mais pura tradição ADVAITA VEDANTA e conecta-se com a tradição esotérica grega da escola pré-socrática, em cujos templos e academias rezava a inscrição délfica (Delfos) “GNOTI SEAUTON” (“ Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os Deuses “).

OM TAT SAT

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