“Pensar é apenas uma
ferramenta. Um dos seis sentidos. Mas o elevamos a um estado tão superior que
nos identificamos por nossos pensamentos. O motivo de não identificarmos o
pensamento como um dos seis sentidos é bem significativo. Estamos tão imersos
em nossos pensamentos que tentar explicá-lo como um sentido é como comentar com
um peixe sobre a água. Água, que água?” - trecho do capítulo
final, “Além do Pensar“, do documentário “Mundos Interiores Mundos Exteriores”
O quarta e último capítulo do documentário “Mundos
Interiores Mundo Exteriores” (Inner Worlds Outer Worlds,
2012), é intitulado “Além do Pensar” e e faz exactamente isso: questiona
o paradigma predominante do próprio pensar, acção chefe da existência
humana dos nossos tempos e método padrão para a percepção e compreensão mundo,
que fez da mente e de suas limitações um dos obstáculos principais dessa
própria existência. Para isso, esse capítulo tem que trazer assuntos como a
neuroplasticidade, a percepção dos sentidos e se torna também um dos mais
filosóficos, citando o Samsara e o despertar budistas, trazendo versos inteiros
dos Upanishades indianos e terminando com uma visão construtiva de
um possível novo e simples paradigma (de um designer e engenheiro
visionário), numa citação de Buckminster Fuller.
Para muitas pessoas, questionar o
pensamento é inadmissível, é como questionar a inteligência. Ou
como se isso fosse um pedido de abandono do raciocínio e do seu legado — de
filosofia, de descobertas científicas e tecnológicas, etc. Mas não são coisas
excludentes, talvez precisem apenas de uma perspectiva diferente e de uma nova
relação entre si. “Uma mente calma é tudo o que você precisa para compreender a
natureza do fluxo. Todo o resto acontece assim que sua mente aquietar“,
afirma o documentário. Talvez não seja tão simples (talvez seja), mas embora
corra esse risco de simplificar (e simplifica arriscadamente em algumas
afirmações), o documentário chega a uma “ponto de tensão” interessante e
necessário, que pede nossa consideração. (in dharmalog)
“E então, qual a alternativa ao pensamento? Que outro mecanismo os humanos podem usar para existirem nesse planeta? Enquanto a cultura ocidental nos últimos séculos focou-se na exploração do físico usando o pensamento e a análise, outras culturas antigas desenvolveram tecnologias igualmente sofisticadas para explorarem o espaço interior.” - trecho do capítulo final, “Além do Pensar“, do documentário “Mundos Interiores Mundos Exteriores”
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