Ser consciente do Ser, manifesta ausência de apego,
pureza, amor incondicional. Gñana é Tudo.
Convém saber que
“Aquilo que Somos” eternamente é Consciência, que é teu outro nome. Saber que
somos sempre Consciência, possibilita a compreensão interior de que não é
necessário alcançá-la nem cultivá-la. A única coisa a perceber é
deixar de se identificar e viver apegado à coisas, ou seja, “aquilo que não
és” (Maya-Ilusão).
Quando nos livramos do
apego em “Maya-Ignorância”, então percebemos a quietude da “Mente=pensamentos”,
possibilitando sentir no interior do coração a Consciência Pura (sem forma-sem
tempo), e isso é que é o Atman.
Se o Atman é consciente
por si mesmo, porque é que não sou consciente dele nem sequer agora?
Ernest
Rutherford, descobriu que o átomo é na sua maioria vazio. A grande
pergunta, então, é: como é que os átomos vazios podem formar o mundo sólido que
nos rodeia? A chamada realidade dual não existe. Os teus conceitos e apegos
actuais são fruto do ego e sabemos muito bem que toda a experiência mental é
“Maya-Ignorância”.
Sri Ramana Maharshi
ensina-nos que a Consciência não está limitada nos nossos cérebros ou corpos.
Em toda a percepção mental (Maya-Relativo), necessita-se um sujeito e um
objecto, enquanto que a Consciência do Ser, é Absoluta e
não requer objecto nenhum. Na vivência no Dual, quem se pode lembrar
de quem? O Atman é “Eternamente Presente”.
Agora a personalidade
faz uma identificação incorrecta do Atman com o corpo, os sentidos, etc.
Eliminá-los, e isso é Neti no hinduísmo, em particular no gñana yoga
(o Yoga do conhecimento) e no ADVAITA VEDANTA, neti neti é um
conceito que significa ‘não isto, não aquilo’, o ‘nem isto, nem aquilo’ (neti é
a forma sandhi de na-iti: ‘não é tal’). Mas, isso só se pode fazer agarrando-se
àquilo que não se pode eliminar. Isso é Iti, (Aquilo que sempre É).
Nesse sentido, neti
neti não é uma negação. Pelo contrário, é uma afirmação de que o que quer que
seja o Divino, quando se tenta compreendê-lo com palavras humanas, estas sempre
ficarão inevitavelmente curtas, pois somos limitados em entendimento, assim
como a capacidade para expressar com palavras o transcendente.
Não somos o ego, nem
somos nada de nada. Nem isto, nem aquilo.
Os seguidores das
escolas do “Sou Brahman” e “neti neti” compartilham da crença de que se pode
descobrir o Atman com a mente, seja mediante afirmações ou negações. Esta
crença de que a mente mediante as suas próprias acções pode alcançar o Atman,
constitui a origem da maioria dos erros mais frequentes sobre
a prática da Auto-indagação (Vichara).
A auto-indagação,
"Atman-Vichara", sobre a nossa Realidade Interna (o que somos
realmente), é considerada como a forma mais potente de meditação hinduísta, na
mais pura tradição ADVAITA VEDANTA e conecta-se com a tradição esotérica grega
da escola pré-socrática, em cujos templos e academias rezava a inscrição
délfica (Delfos) “GNOTI SEAUTON” (“ Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os Deuses
“).
OM TAT SAT
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